Sian apontada como responsável por atropelamento do diretor do sindicato dos metalúrgicos.

CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

O motorista do microônibus disse na delegacia, segundo dirigentes sindicais que tiveram acesso ao Boletim de Ocorrência, que a gerência da Sian ordenou que ele entrasse de qualquer forma na empresa, mesmo havendo uma manifestação dos trabalhadores na porta de fábrica. Resultado: um diretor do Sindicato acabou atropelado.

O acidente aconteceu nesta segunda-feira (7). Valdinei de Carvalho, dirigente atingido pelo veículo, foi atendido por uma equipe do Samu, levado a um hospital de Camaçari, na Região Metropolitana, e liberado um dia depois.

O episódio mostra mais uma vez o tipo de “tratamento” que os funcionários recebem ao buscar seus direitos. Importante destacar que o atropelamento poderia ter terminado em uma tragédia, até pela presença de muitas pessoas no protesto.

A paralisação foi organizada para forçar a empresa a reintegrar 14 funcionários demitidos este mês e foi acompanhada de perto por extenso aparato policial solicitado pela Sian. Trabalhador, agora, virou caso de polícia...

Depois de um dia inteiro de negociação, nesta terça-feira (8), a Sian admitiu reintegrar os demitidos. Dos 14, 10 retornam nesta quarta, sendo que dois serão encaminhados ao INSS, pois contraíram doenças ocupacionais. Os quatro restantes não querem voltar, diante das condições de trabalho oferecidas na empresa.

“O Sindicato já decidiu ingressar com ação contra a Sian por tentativa de homicídio, diante das circunstâncias do acidente, e continua disposto a barrar o processo de demissões na empresa, que desde dezembro já dispensou mais de 30 funcionários, parte deles com problemas de saúde”, diz Júlio Bonfim, diretor do Sindicato.

Os trabalhadores foram peça fundamental nessa luta e também a direção do sindicato, Companheiros: Lobão, Júlio, Cláudio, Cristiano, Nau, Aurino, Cabeça, Nego, Alberto, Ney, Ricardo, Jesuita, Denize,Clécio,Laércio, e toda direção do Sindicato dos metalúrgicos de Camaçari.