quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

TRIBUNA METALURGICA - SMABC

14 de Dezembro de 2010 | Notícias | Economia

Aperto do crédito pelo BC prejudica consumidor

Medidas anunciadas no início de dezembro influenciam fiinanciamento de veículos


Os metalúrgicos do setor automotivo saíram perdendo com as medidas anunciadas pelo Banco Central (BC) no início de dezembro, quando a instituição financeira alegou necessidade de manter a concessão de crédito sob controle.
“Na prática, o consumidor precisará de mais dinheiro para comprar um veículo, porque as medidas reduzem o prazo de concessão de financiamento, com impacto sobre o crescimento da demanda”, comentou Sérgio Nobre (foto), presidente do Sindicato.
“Além de tornar o crédito mais caro, inibindo as compras em geral, as medidas também provocarão maior exigência de entrada nos financiamentos de automóveis, prejudicando diretamente o setor automotivo”, disse o dirigente.
“Felizmente, as medidas deixaram de fora as operações de financiamento ou leasing de veículo de carga, o que agravaria ainda mais a situação”, disse o presidente do Sindicato.
PrestaçõesAs medidas do BC valem para financiamentos com prazos entre 24 e 36 meses, quando o valor da entrada for inferior a 20% do valor do veículo.
Já em prazos de 36 e 48 meses, as medidas valem quando a entrada for inferior a 30%. Entre 48 e 60 meses, o aumento incidirá quando a entrada for menor que 40% do valor do bem.

Efeitos já no final de ano
Sérgio Nobre comentou que o Banco Central não consegue adotar outra cartilha que não essa já tradicional. “Para conter a oferta de crédito, tiram recursos do sistema financeiro e reduzem os prazos de financiamento, induzindo a elevação dos juros para o consumidor”, explicou. “Crédito mais caro significa menos vendas”, completou.
O governo alega que as medidas vão inibir o surgimento de bolha de consumo graças ao volume de crédito e que não quer bolhas num momento de inflação em alta.
Sérgio Nobre, porém, disse que as medidas são recessivas e já terão reflexo nas festas de final de ano. “Seus efeitos serão no curto prazo”, alertou.

Menos meses, prestações maioresVeja exemplo feito pela seção do Dieese do Sindicato:
Uma pessoa vai comprar um novo Gol básico 1.0 no valor de R$ 27.500,00, dando como entrada um Gol 1000, ano 1995, que atinge no mercado um valor de R$ 5.000. Antes, ele poderia fazer o empréstimo em 60 vezes, com juros médios de mercado, pagando uma parcela fixa de R$ 612,00. Com as novas medidas esse empréstimo terá de ser feito em, no máximo, 36 meses, fazendo o valor da parcela aumentar para R$ 850,00, um valor 39% maior.
Da Redação

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